Neste dia de todos os Santos, em que é habitual recordarmos quem já foi para outros lados, mas que nos marcou, quando passou por cá...recordo com carinho e ternura duas pessoas que me influenciaram imenso... os meus avós maternos.
Com o meu avô era habitual, aos fins de semana, ir até ao centro da vila de Nazaré, onde viviamos nessa altura. Compravamos livros do Tio Patinhas (para mim) e livros de Cowboys para ele!! Gostava de fazer patuscadas, petiscos e era dado às tasquinhas onde se comiam e bebiam coisas que ele gostava, sempre em conversas soltas com os amigos. Pertenceu às tunas masculinas de Coimbra...lia-me histórias à noite e contava longasssssss peripécias da travessiva de navio para África. Era delicioso ouvi-lo!!
A minha avó, era dada às costuras e muito prendada para fazer chapeús de senhora. Iamos as duas para a cozinha, fazer a sua deliciosa tarte de maçã (da qual perdi a receita, com muita pena minha), talassas (espécie de goufres), e riamos muito as duas, num pequeno apartamento em Coimbra, que ela dizia ser o seu "cantinho". Um dia soltei boas gargalhadas quando percebi que tinha dito "sumo de careca" ao invés de "some-te careca", expressão que utilizou a propósito de algo que correu mal na cozinha!!
Acredito profundamente que continuam os dois a existir algures no tempo e no espaço, a eles estendo um enorme abraço e um agradecimento no tamanho mundo, por tão bem me transmitirem coisas bonitas, fazendo de mim, parte do que sou hoje!!
Inscrição Para Um Portão De Cemitério
"Na mesma pedra se encontram,
Conforme o povo traduz,
Quando se nasce - uma estrela,
Quando se morre - uma cruz.
Mas quantos que aqui repousam
Hão de emendar-nos assim:
"Ponham-me a cruz no princípio...
E a luz da estrela no fim!"
Conforme o povo traduz,
Quando se nasce - uma estrela,
Quando se morre - uma cruz.
Mas quantos que aqui repousam
Hão de emendar-nos assim:
"Ponham-me a cruz no princípio...
E a luz da estrela no fim!"
Mário Quintana
13 comentários:
Fizeste-me lembrar o meu avô paterno que infelizmente já não está cá entre nós mas que eu tenho muitas, muitas saudades...
bj
Olá querida!
"Acredito profundamente que continuam os dois a existir algures no tempo e no espaço,..."
Acredita mesmo que é verdade. E se já o sentes, então é porque é mesmo assim.
Quando habitamos este planeta vestimos uma espécie de escafandro humano que nos permite viver aqui. Mas essa não é a nossa verdadeira essência. Quando partimos da Terra, o escanfandro torna-se pó e nós seguimos para "Casa" na nossa verdadeira essência - um ser de Luz, um ser Divino, um Anjo, como queiras chamar... porque nós somos Luz e Amor, acima de tudo!
Por isso, minha doce girafinha, os teus avós estão bem, muito bem...
Deixo-te luzinhas cor de rosa no teu lindo coração.
Beijinhos de Amor, Paz e Luz!
Que recordaçoes deliciosas!
Um bom fds!
Tudo o que existe, existe porque vive na memória de alguém.
Bom fim-de-semana
Que lindo texto e que lindo o que Quintana escreveu. Logo eu que gosto tanto dele.
Também tenho que recordar os meus avós maternos.
Eram alentejanos e especiais.
Mas, parece que todos nós temos uns avós pra recordar. Somos felizes por isso, embora não estejam entre nós.
Beijinhos e bom fim-de-semana
Não devia ser só neste dia que nos lembramos dos que já partiram, mas antes todos os dias.
Os meus avós já partiram. Onde estejam eespero que estejam em descnso e em paz.
Os meus avós maternos, essencialmente o meu avô foi a pessoa que mais me marcou pela sua vontade de viver e pela sua forma de vida. Nunca desistia de nada. Sempre que queria alguma coisa batlhava até a conseguir. Tanto assim, que por motivos adversos perdeu tudo quanto tinha, e em poucos anos com o seu muito trabalho voltou a ter o nível de vida que anos antes perdera.
Essa força, essa preseverança e essa vontade de vencer marcaram-me e fizeam com que eu seja um pouco como ele.
Obrigado avô. Onde estiveres lembra-te que nunca te esquecerei.
E de onde eles estiverem devem ter com certeza muito orgulho nesta neta querida :)
beijinhos
Tenho Gratas recordações dos meus avós ... dos maternos , da paterna e ainda da minha bisavó paterna que me criou até aos meus sete anos , enquanto os meus pais trabalhavam... A sua morte foi em casa e foi a primeira vez que conheci a morte...
Lembro-me de algumas histórias que me contava , mas só ligeiramente ...
Ontem também os relembrei , assim como o meu pai que era um homem bom ...., mas...
Ainda bem que aprecia Mário Quintana , o poeta que disse »a mentira é uma verdade que não chegou aacontecer»
Abraço
__________ JRMARTo
Obrigada pela partilha e com ela saudosas recordações.
Um cordial abraço e uma boa semana.
:))
Olá amiga:
Tenho a certeza de que os teus avós estão orgulhosos da sua neta querida.
Também me faz bem pensar que o meu pai está num lugar melhor e que olha por nós... mas é dura a ausência física! Recordo cada momento com uma saudade imensa...mas feliz por tê-los vivido de forma intensa.O amor e amizade são o que de melhor temos nesta vida e como tal temos que 'usá-los ao máximo' nesta passagem pela vida terrena.
De facto Mário Quintana tem razão ao inverter o 'processo'...aqueles que amamos transformam-se em estrelas que, quando as olhamos, têm um brilho especial.
Obrigado pela partilha destes bocadinhos de ti.
Mesmo atrasado, o comentário pode fazer-se, realmente também recordo os meus quatro avós com muita saudade.
Todos eles foram avós com letra maíscula.
Mas neste dia como a minha mãe já partiu recordo-a como a pessoa mais importante neste dia para mim.
A todos já fiz uma homenagem em poesia talvez mesmo por serem para mim tão especiais, cada um á sua maneira, pois todos eram diferentes.
BEIJO
Isabel
Não conheci nenhum dos meus avós. Infelizmente.
Também escrevi sobre as minhas perdas afectivas...
Beijos.
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