Um cantinho para sonhar, desabafar, partilhar, divulgar, voar, sorrir, emocionar...o meu cantinho secreto!

Foto tirada pela girafa antes de se transformar em Nenúfar...na vida real - Lago de Jardim em Mafra.

domingo, 23 de janeiro de 2011

O Bom (também os há!!) Rebelde

Tenho sempre as turmas mais complicadas das escolas por onde passo...é uma questão de sorte ou de azar, depende do ponto de vista! Digo sorte porque são das mais desafiadoras que pode existir (e cansativas, daquelas que nos põe loucos de vez enquanto) e azar por isso mesmo...porque há quem nos diga até não ter estofo para aguentar tal carga (o que significa que até para os outros aquelas turmas são insuportáveis!).

Este ano, sou Diretora de Turma de um 5º ano (complicadito por sinal) e sou também (e outra vez) professora de um PCA (Percurso Curricular Alternativo) do 6º ano, daqueles que a gente nem fazendo o pino se consegue entender, porque os "marmanjos" gostam é de ocupar o tempo com parvoíces e a gente que trabalhe por eles (suas excelências não estão para isso, que a escola serve é para nos divertir...).

Enfim..como eu não esmoreço facilmente, nem com "desamores" nem com frustações profissionais, vou tentando dar várias vezes o pino e fazer vários mortais à frente e atrás...respirando nos intervalos e meditando muito para aguentar o barco (esta do meditar aprendi há pouco tempo e é para mim um renovar de energias extraordinário).

E numa dessas tentativas de dar mortais e fazer o pino, resolvi passar um filme, porque tudo tinha a ver com as mentalidades dos alunos do PCA (aquela sensação de que a escola pouco ou nada serve, os percursos de vida complicados, o "quanto mais mau e rebelde melhor", etc, etc.)...passei então o filme (naqueles dias últimos de prestes a ir de férias de Natal, "O Bom Rebelde".

A reacção dos "crianços" foi (tal como eu esperava) de identificação e encantamento, os fulanos passaram a aula escarrapachados a olhar para o painel onde passava o filme, absorvendo cada discurso, cada cena...tocou-lhes nas células (isso vi eu). Eu fiquei feliz porque de algum modo tinha-lhes dado, talvez, o principal nestas turmas (exemplos, alternativas, caminhos, a ideia de que possibilidade de recuperação existe sempre).

Lembrei-me deste filme outra vez porque fiz um comentário ao "Paulo" e por considerar que vale a pena ver - passo aqui um pedaço.